terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Rock e poesia, ou a falta dela

Tenho pensado muito no texto que acompanha as múscicas de rock, principalmente nacional (já que não falo absolutamente nada de inglês, como o Athilio e o Rodrigo bem sabem). Pois bem, ouvindo as letras atuais de rock, fico impressionado com as obviedades que a maioria das bandas está apresentando no BRock, todas as novas bandas parecem estar cantando sobre as mesmas coisas, e pior do mesmo jeito.

Lembro do primeiro cantor que me fez parar para ouvir o que ele estava dizendo, e de como os versos das suas músicas me fizeram ficar pensando por meses, até precisar esquecer um pouco para não ter um colapso mental. O cantor em questão era Raul Seixas, e as música Meu Amigos Pedro, um curioso e pessimista retrato da vida de dois amigos e de como poderiam ter se tornado completos estranho um para o outro, e Ouro de Tolo, uma reflexão de como os sonhos de vida perfeita podem ser vazios. Em resumo, era filosofia psicologia e devaneio puro, que mesmo assim consegui tornar o autor extremamente popular entre o "povão", ao ponto de Ouro de Tolo, ter dado o primeiro disco de ouro de Raulzito.

Raul foi, na minha opinião o melhor poeta do rock, pois sempre trazia um certo "veneno" especial em suas letras. Porém ele não foi o único grande poeta que o nosso rock teve, além dele e os clássicos Cazuza e Renato Russo, posso citar aqui Humberto Gessinger, com suas palavras abstratas e cheias de poesia, ou o estilo certeiro e bem humorado de Marcelo Nova, bem como os versos desafiadores de Arnaldo Antunes e a irreverência com um toque de sedução da dama do BRock, Rita Lee. Enfim a lista de grandes letristas é enorme, e mostra que o Brasil tem sim a capacidade de ter grandes compositores, que são populares falando coisas interessantes e provocativas (já que uma das funções do rock é provocar mesmo).

O problema está na fraca produção que os nossos atuais compositores vem demonstrando, e isso não é só coisa das gerações atuais, os antigos letristas que ainda estão vivos parecem sem a mesma inspiração. Mas estes tem um desconto, pois já produziram material para três ou quatro gerações. Entendo que a grande dificuldade das bandas de rock no Brasil tem sido a diversificação nos temas de suas letras, artistas como o Charlie Brown JR, que nos anos 90 despontavam como representantes de alguma coisa que não fosse um monte de moleques chorando por que levaram o fora da namorada, a anos não consegue produzir sequer um verso que não soe como um livro de auto-ajuda.

Além do pessoal dos anos 90 e ínico da década que começou este século, vemos o cenário dividido entre o emo (que nunca asumiu esse titulo, mas produz coisas mais bregas que um Odair José da vida), o pop-rock (em que todas as bandas tentão parecer ou com o Jota Quest ou com o Skank) e o cenário independente ( que padece sem grana, sem apoio sem divulgação, enfim tudo o que sempre foi a música independente).

As FMs estão abarrotadas de garotos gritando e chorando por causa de "um par de chifres", que vai ser esquecido em alguns dias, ou horas. Mas além das temáticas, sempre iguais e cansativas, que me fazem pensar que a única coisa que os autores fazem é escolher mulheres que vão lhe dar o fora o mais rápido possível, os textos são de uma obviedade e fraqueza impressionante. Sabemos mesmo antes de abrirem a boca sobre o que vão falar, o que vão dizer e pelo que vão reclamar.

Vejam amigos, minha preocupação é que de autores inteligentes, com diferentes temas para falar, e nos faziam refletir sobre questões das mais variadas, encontramos hoje (com raras exceções graças a Deus, mas não é sobre elas que vou falar hoje), crianças retardadas e alienadas que fazem músicas e letras sem o menor fundo de verdade, apenas encontraram o formato certo para tocar nas rádios, sem se importar com a qualidade do que estão apresentado. O que me consola é saber que artistas medíocres sempre existiram, e continuaram a existir, mas até hoje o tempo fez questão de apaga los da memória musical da população, o problema não é esse.

Minha maior preocupação é o fato de que música representa uma época e o que as pessoas estão querendo dizer. Isso quer dizer que os adolescentes, e muitos dos jovens de 20 anos pra cima, estão ficando mais burros e alienados, sem a menor noção do que acontece ao seu redor. Quando se tem 15 anos você quer gritar se revoltar, pois descobre que seus pais não são perfeitos e que o mundo é uma droga, enfim toma consciência em que local você vive. Mas esses pirralhos de hoje não sabem que o aqucimento global está acabando com o mundo, que pessoas morrem de fome e de aids diariamente, que a sociedade é hipócrita suja e preconceituosa, e toda aquela revolta que o punk ensinou os jovens a ter. Não eles não odeiam nada, ao contrário amam tudo aifnal só o amor constrói, se esgotam em uma realidade mais alternativa que a dos hippes dos anos 70, estes com alguma idéia na cabeça.

Parece que o excesso de informação fritou os cérebros de grande parte da população, e então parafraseando Raul "Ôô seu moço, mas não me deixe aqui enquanto eu sei que tem tanta música por ai" . E que Elvis nos perdoe!

Eduardo Amaral

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

domingo, 14 de setembro de 2008

Garagem Roll - Márcio Petracco

Músicas tocadas no programa:

Led Zeppelin - Going to California youtube.com/watch?v=dZRHkXjxZew

Som do Ry Cooder no filme Crosshoads - Willie Brown Blues youtube.com/watch?v=H7Lo7hgcKic

Locomotores - A Festa youtube.com/watch?v=n-oGzNXo3BU

domingo, 7 de setembro de 2008

Garagem Roll - Segunda Edição - 04/09/08

Músicas tocadas no programa:

Barão Vermelho - Milagres (Ao Vivo no Rock in Rio I) www.youtube.com/watch?v=E0_R6Q_me1E

Titãs - Bichos Escrotos www.youtube.com/watch?v=u0VPO3yFXkg

Black Sabbath - War Pigs www.youtube.com/watch?v=xtqy4DTHGqg

Pantera - Walk www.youtube.com/watch?v=ONZ9bL2WGBE

Los Fastidios - Antifa Hooligans www.youtube.com/watch?v=Nfsp2sfVF2Y

Rammstein - Sonne www.youtube.com/watch?v=mfHlA3fmJG0

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O maior de todos

No último dia 16 de agosto completou-se 31 anos da morte de Elvis Presley, o maior ídolo do rock mundial, conhecido como o Rei do Rock. Elvis não é o rei por ser o criador, ou o maior compositor do estilo mais falado, difundido, comentado, amado e detestado do mundo. O título de compositor ou pai do rock não pertence a esse menino nascido no interior dos Estado Unidos, mas um rei não é necessariamente um criador, e no caso de Elvis o adjetivo se dá por outros fatores importantissimos.

Elvis era um garoto branco, loirinho (para quem não sabe o cabelo preto era pintado), ou seja o americano clássico vendido nas imagens de propaganda do American Way off life da época. Porém Elvis quebrou uma barreira na época inimáginavel. Era um homem branco, cantando, dançando e rebolando ao ritmo de uma música autênticamente negra.

Este primeiro passo de transgressão, já mostrava na época o que seria o rock no decorrer de sua história, um movimento musical de contra-cultura. The Pelvis, como ficou conhecido no início da década de 1950, chocava ao rebolar e cantar músicas com um forte apelo sexual. A dança frenética, que fazia com que mães afastassem suas filhas de perto do palco quando ele dançava, pois pensavam que ele estava tendo um ataque epiléptico, não impediu que o ritmo crescesse na voz forte e vibrante de seu maior nome. Aliás justamente a imagem de transgressão, só fez o mito em torno dos roqueiros crescer cada vez mais, fazendo com que chegasse a todos os cantos do planeta, como a imagem do jovem e o jeito "cult" de ser.

Não há duvida de que se não existisse um Elvis mais nada de chocante existiria no mundo, não só na música, mas também em mudanças de comportamento em geral. John Lenon já declarou que se não fosse Elvis nunca pensaria em ter uma banda de rock, Raul Seixas foi fortemente influenciado pela música e pelos filme em preto e branco do Rei, e até mesmo nomes como Madona e Michel Jakson não existiriam, se antes o garoto tímido e sensível não tivesse ousado quebrar as barreiras de sua timidez, empunhando uma guitarra elétrica, tocando um ritmo quase rudimentar, de poucos acordes e contra-tempos incrivelmente simples e gritando a plenos pulmões palavras proibidas.

Elvis modificou o jeito de se vestir, de agir e ser jovem, como antes apenas a literatura beatnik havia feito, porém sem o alcance pop deste mestre.

Elvis tem tudo haver com o garagem, pois ele também começou sendo quase proibido de tocar, como as bandas de hoje sofrem com os vizinhos, e como todas as bandas de moleques espinhentos sempre sofreram, ele também ouviu que o que fazia era só barulho, e principalmente sem ele, hoje não seriamos como somos hoje.

Então em homenagem aos 31 anos da morte do Rei, estou escrevendo este pequeno e humilde texto, que é quase uma declaração de amor ao Rock, o motivo que nos une neste blog e da existência de um Garagem Roll.

Como dica coloquei o link do vídeo em que o Rei canta a música Jail House Rock.

www.youtube.com/watch?v=tpzV_0l5ILI&feature=related

Eduardo Amaral

sábado, 9 de agosto de 2008

Garagem Roll - Estréia (09/08/08)

Músicas tocadas no programa:

Rock n' Roll - Led Zeppelin www.youtube.com/watch?v=PbLjqM0ISMo

Fortunate Son - Creedence Clearwater Revival www.youtube.com/watch?v=rMsMfOlaWV0

Fire - Jimi Hendrix (no filme Os Reis de Dogtown) www.youtube.com/watch?v=9Imz4aVbNeM

History Repeating - Propellerheads e Shirley Bassey (no filme Quem vai Ficar com Mary?) www.youtube.com/watch?v=gnZiPhaBqF8

Who Invited You - The Donnas www.youtube.com/watch?v=6BSAsfyc42g

Walk Like an Egypitian - The Bangles www.youtube.com/watch?v=MimmTdn9314